30 de dez. de 2010

Driblando o recesso ou, agora eh oficial, sou uma doida dos gatos!

Estou eu, dando olhadinha por cima nos mails quando me topo com...
Agora eh oficial!
Me digam se nao eh para interromper o recesso-mini-ferias e agradecer muito pra dinda da Benta? E, pra quem conhece, me digam se a gatinha do cartao nao eh a cara da Bentinha?
Ah...emocionei...Dona Marilia Bavaresco!

26 de dez. de 2010

Recesso de fim de ano

Minha primeira e única viagem de lazer de 2010!!! Pasmem! O resto foi tudo a trabalho.

Buenos Aires, lá vou eu...huhuuuuu
Eu mereço!

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjq35ERY9uJQxIAWkM0XdWKMUQO7_YvboiU_TxtVBRDOU2-NyJ4Z26RF1Gs7QQGZPSla0UW4PLc4gSXLZKsLRiFQOR-HwGzYDORwc5tsf1aRYGq2hTJ4T39BLQPFttKAuwjkBYZfZTUi8A/s1600/caminito.jpg
* Meu 2010 começou de um jeito e está acabando completamente diferente. Foi de vinagre a suco de uva integral! Em toda virada de ano faço minha lista de agradecimentos, neste ano a lista vai ser looonga. Um 2011 promissor para todos vocês também! Até lá!

25 de dez. de 2010

A PAZ

Um dos comerciais mais lindos que eu já vi!
E fala de algo que eu prezo muito: PAZ. Ter paz ao chegar em casa é algo que tenho orgulho de ter. E me tornar uma pessoa cada vez mais pacífica (pacífica, hein, não apalermada) é um constante objetivo de vida.
Lenços à mão?

18 de dez. de 2010

Calendário de mesa 2011: Gatos do Parque

Baratíssimo, 10 "pilas"! Vamos ajudar e, ao mesmo tempo, enfeitar nossas mesas com este útil e belo calendário.
Envie seu CEP no e-mail para cálculo do frete postal

16 de dez. de 2010

Consumidor é lixo neste país!!!

Comprei um aspirador via Internet e, um mês depois, ainda não foi entregue (http://walmart.com.br/)
Hoje esperei pelo quarto dia a montagem de um balcão de pia de cozinha (Deltasul, Santa Maria - RS) e estou aqui de palhaça, perdendo turno de trabalho.
E dê-lhe reclamações que se prolongam, se alongam, são soberbamente ignoradas pelas lojas, pois estas sabem que, em boa parte dos casos é um verdadeiro calvário para os consumidores e não incomodam às empresas...que fazem sua parte quando bem querem...

Alguns links para reclamar:
http://www.reclameaqui.com.br/
http://www.portaldoconsumidor.gov.br/pedagoteca.asp?pg=2&env=y&ctg=&tipo=17

Enquanto isso eu vou me sentindo
Fonte: http://anafebba.blogspot.com/2010/10/voce-pode-ate-achar-que-sou-uma-idiota.html

10 de dez. de 2010

Deve dar muito dinheiro trocar as cédulas

Aqui, no Brasil, teretetê e se está mudando o formato do dinheiro. Além do próprio dinheiro, é um troca-troca de estampa, formato, tamanho, etc. Aqui entre nós e todo mundo...tem alguém que lucra muito com essa treta!


Enquanto isso, nós, os contribuintes, vamos pagando o pato...e o caviar, e as viagens, e os aviões novos...com uma das maiores cargas tributárias do mundo.

* E eu que recebo a notícia de que, em 2008, "soneguei" R$1200 reais ao nosso digníssimo governo. Deixe-me ver: 2008, trabalhando como intérprete...aham...Eu. EU!!! Só falta eu levantar as mãos e entregar o relógio que, aliás, nem uso.

Porque me ufano de meu país...

8 de dez. de 2010

Cabo Verde: ilha do Sal

Todo mundo falava de como eram bonitas as praias do Sal, tal e coisa, coisa e tal...Bem, como direi...tive um certo impacto logo no aeroporto. A vista era a mais árida de todas as ilhas e de uma planura quase total. Na capital, Espargos, estava um calor acachapante e tivemos alguma dificuldade em encontrar um restaurante com vaga e o que encontramos estava com estoques reduzidos de bebidas e, até, de algumas comidas e sobremesas. Interessante vistar é a salina, na cratera de um vulcão (dito inativo), onde os estrangeiros, principalmente europeus, vão tomar banho. Sim! Tomar banho! Disseram para eles que a água é medicinal e, me desculpem, mas não acredito que não fique um suquinho de gente no sal. Por mais que me afirmassem que a área de secagem do sal e a de banho não se comunicavam eu custo a acreditar, pois eram uma ao lado da outra. Outro passeio legalzinho é ir até a cidade de Santa Maria. Simplesmente os europeus "plantaram" um pedaço da Europa na ilha do Sal, parece um oásis de luxo. É o point! Ah...não posso deixar de registrar que fomos muito bem recebidas e ciceroneadas na ilha pelo Portugal, um simpático aluno e professor de uma das escolas locais, educado e gentilíssimo!

7 de dez. de 2010

Cabo Verde: ilha de São Vicente

Das ilhas que conheci, a mais bela e com pessoas mais acolhedoras. Também estreei ver um vulcão (Calhau), um não, mas três. Ok, estão inativos, mas não me interessa, são vulcões. A capital, Mindelo, é organizadinha, tem até um calçadão onde se pode, mesmo à noite, caminhar, correr e passear. No meio do calçadão tem uma Marina/bar/restaurante chamado Pont d'agua. Jantamos lá, me senti chiquetéssima e quase "casamos" com um tio/vovô francês, e seus dois amigos, que decidiu dar uma cantada tipo: - espero que as senhoras não se choquem, mas resolvemos cumprimentá-las, etc...Como ninguém estava no clima, agradecemos e ficou por isso. Cada um! Não dá para três mulheres sairem sozinhas, à noite, para jantarem que sempre tem uns tiozinhos desesperados que fazem a matemática somos três, elas também estão em três, então vamos "acasalar"! Bem, voltando às belezas naturais. Montanhas lindas, Monte Verde, Baía das Gatas (que, na minha dificuldade de entender o português com sotaque europeu, escutei...das cabras), um centrinho charmoso, enfim, muito lindinha!

6 de dez. de 2010

Cabo Verde: a ilha de Santiago

Fiquei em Praia, a capital do país. Lugar quente. Os nativos me disseram que chove pouco, mais em outubro e só. Uma curiosidade é uma ponte sobre um rio que, na maior parte do ano é seco, pois só corre por alguns dias. O transporte é feito por minibus, não vi nosso ônibus tradicional (grande), e por táxis que não ligam o taxímetro, cobram de acordo com o passageiro. Claro, sempre me cobravam a mais, pois em muitos países (inclusive o nosso) a idéia errada é que estrangeiro é rico. Eu estava a trabalho e poupando nas diárias, mas nenhum taxista quer saber disso. A cidade é cheia de carrões, cheia mesmo, só se vê camionetões e isso eu não consegui absorver muito bem porque boa parte das pessoas e casas são modestas. Me disseram que é sinal de prestígio ter carrão e que poupam em outros setores (alimentação, casa, etc.) para comprar as camionetes. A população é quase toda negra e achei muito legal ver a lógica invertida: TODA a publicidade é com negros. Eu achei bonito, pois sinto falta não só de negros, mas de diversidade nas nossas propagandas, é tudo muito massificadamente loiro ou castanho claro. Encontrei pouco artesanato tipicamente caboverdiano, tem mais é de outros países africanos. No interior é mais bonito, tem umas cadeias de montanhas.
Não conheci muita coisa, trabalhamos muito e só um aluno (para ver o farol e nos levar em um restaurante, o Quintal da Música) e uma colega linguista caboverdiana, a Adelaide, muito querida, (que nos levou a São Domingos, no interior) que nos ciceronearam.
Posto fotos daqui a alguns dias, tenho que me atualizar no trabalho também, né?

5 de dez. de 2010

Viajar é bom, mas voltar pra casa é ótimo!

Cada um tem um jeito de perceber as coisas e de apreciá-las. Que fique bem dito: sou uma apreciadora da natureza e de paisagens naturais. Arquitetura não me impressiona e tem que ser algo muito "óóó" para me fazer gostar. Não que eu ache feio, mas não me dá emoção. Já uma cadeia de montanhas, água, paisagens com plantas, jardins, parques, etc. eu adoro. Questão de gosto, fazer o quê?!
Tem coisas boas e tem coisas ruins em viajar...Viajar a trabalho é BEM diferente de uma viagem de férias a lazer, mesmo assim vi alguma coisa e voltei, de um certo modo, triste, pois temos tudo, TUDO, para sermos há séculos um paisaço. É só cair uma semente que brota, tem água, rios, cachoeiras, somos, definitivamente (de um modo geral, que seja dito) hospitaleiros, etc...O lado alegre é ver nossas beiras de estradas verdinhas, com pés de milho, feijão, casas com seus jardins e hortinhas e amar ser daqui. Valorizei mais o Brasil saindo pra fora.
Mas vamos a alguns aspectos gerais:
  • Longas horas de vôo em lugares cada vez mais apertados nos aviões;
  • Pela primeira vez na vida: Europa!
  • De perto nem tudo é o que divulgam, vi muitos pedintes e mendigos em Lisboa;
  • os caboverdianos me pareceram, em geral, formais, mais sérios do que eu imaginava e não vi grandes danças. Fiz uma imagem do que seriam os africanos, errado isso, confesso. Agrupar em grandes categorias não é uma boa política, cada povo é um, cada grupo é diferente, cada indivíduo é único. Isso me fez pensar em como é difícil lidar com cultura, pois eu mesma não sou a brasileira "típica" que os estrangeiros esperam encontrar;
  • Cultura, cultura e cultura! Hospitalidade, as relações pessoais, comida (não só o quê, mas quando, quanto e como se come), como se locomover, o que causa indignação ou não...assunto complexo...
Resumindo
Mas valeu, e muito, a experiência e os conhecimentos adquiridos e compartilhados!

17 de nov. de 2010

Eu quero sossego

Sossego

Composição: Tim Maia

Ora bolas, não me amole
Com esse papo, de emprego
Não está vendo, não estou nessa
O que eu quero?
Sossego, eu quero sossego
(Refrão) O que eu quero? Sossego (4x)

Ora bolas, não me amole
Com esse papo, de emprego
Não está vendo, não estou nessa
O que eu quero?
Sossego
(Refrão) O que eu quero? Sossego (19x)

13 de nov. de 2010

A Mudança III

Benta (esq.) e Mel (dir.) apalermadas com a vista, os passarinhos e o espaço
As telinhas de proteção estão sendo providenciadas, enquanto isso, persianas e/ou vidros fechados (aproveitando o inverno fora de época aqui).

6 de nov. de 2010

CASA NOVA: mais prateleiras

Tô procurando prateleiras simples de comprar, de instalar, baratas e que, de preferência, não façam muito estrago. Simples, né? Só quero TUDO!
Achei interessante:



5 de nov. de 2010

Ninguém mais escreve cartas

uma pena...
Estava olhando o blogue da Silmara Franco (ali na coluna do lado, um de meus favoritos) e admiro que ela escreve cartas. Hoje em dia tudo são e-mails e mensagens de texto de celular (mais breves ainda). Se a gente precisa ou se atreve a escrever um e-mail mais detalhado, mais intimista, não é surpresa de que não o leiam até o fim ou que apenas passem os olhos pelo texto. Minha teoria é de que a maioria das pessoas, atualmente, não lê: "passa os olhos" pelo texto.
Sempre li e escrevi muito. Cheguei a ter vários correspondentes estrangeiros (e nacionais) quando era adolescente. Agora raros têm paciência de ler cartas...
uma pena...
Tenho saudades de ler e ter quem leia, realmente, cartas...

4 de nov. de 2010

Semana que vem...

Só de 2008 para cá foraaaammm (deixa eu contar)...6 (SEIS) mudanças!
Espero que nesta sétima eu pare por um bom tempo.
Alma cigana é isso, gente!

3 de nov. de 2010

CASA NOVA: prateleiras

Deu pra reparar que estou entusiasmada?
Agora as idéias são de prateleiras. Neste apto. atual, onde estou, quase não tem onde empoleirar as coisas, no próximo quero prateleiras e mais prateleiras.

São prateleiras...suuuper simples, mas são prateleiras (olhem o desespero!)



Achei lindo, bem como gosto, mix geral


Só não é bom em cima da cama, mas ao lado é uma maravilha para colocar a cacarecada



O que me faz lembrar que preciso muito de um bom cantinho de estudos e trabalho. Escritório: URGENTE!



A área de serviço é o templo das bugigangas da casa. Não uso tantos produtos de limpeza assim, mas as prateleiras me serviriam para guardar papel higiênico, caixas, sacolas, etc...



Sonho de cozinha, mas acho que preferiria que fossem armários, neste caso, ou tivessem portinhas de correr de vidro para evitar insetos nas louças

Três banquinhos sobrepostos, gostei. Acho que se fossem todos do mesmo tamanho, o aproveitamento das prateleiras seria melhor

2 de nov. de 2010

CASA NOVA: idéias para as gatas

Também pensando em como acomodar melhor as gatas, andei dando uma olhadinha por aí. Seguem algumas inspirações.

Aqueles protetores de ar condicionado poderiam servir como varandas, são, geralmente, em fibra e já vêm com telinha. A questão é saber o quão seguros são, se aguentam o peso dos gatos, etc.


Estas caixas são de papelão, mas pensei que gavetas de diversos tamanhos possam ser empilhadas para divertimento das bichanas


Esse já é luxo, mas não resisti. Imaginem que glória uma mesa de centro com esta "decoração" hiper natural!


Bem facinho de fazer. E dá para deixar a mesinha/aparador com os quatro pés, assim podemos deslocar na busca pelo Sol.


Existem várias destas estantes compridas e finas nos briques, razoavelmente baratas. É só fazer um buraco (pelo qual o gato passe, bem entendido), alternando o lado em cada prateleira, para que as gatas tenham um ótimo escalador-exercitador.


Sem comentários. Super criativo aproveitando o que, geralmente, é jogado fora.


Mais criativo ainda, mas eu não teria esta paciência de pintar gudi-gudi.


Esta foi a Sandra "Gattobleu" (lista gatos) que deu a idéia. São cestos empilháveis. Gostei tanto que já apliquei!


Mel e Benta aprovaram os cestos...

1 de nov. de 2010

CASA NOVA: idéias de abajures

Adoro me mudar, herança cigana na genética da família. Agora, às vésperas de outra mudança, ando olhando sites sobre decoração. Tudo muito simples e prático, bem meu jeito. Algumas idéias capturadas...

Minha irmã diz que vai fazer um curso de patchwork (retalhos, no meu tempo), de repente me ajuda neste projeto


A gente tinha tanta louça antiga, mas com tantas mudanças foram se perdendo. Quem sabe eu consiga alguma coisa em feiras, bazares ou briques. O que falta mesmo é uma furadeira com broca para vidro (e alguém que saiba operá-la)



Garrafão de vinho, aqui na Quarta Colônia, não é nada difícil de conseguir. De novo a dificuldade é a tal de broca especial para furar vidro...


Acho belíssimos estes trabalhos em crochê de retângulos multicoloridos. Só não sei fazer crochê!



Que coisa mais maravilhosa este abajur de fuxicos...também não sei fazer fuxicos, mas eu faço tricô e ponto cruz, tá!?

28 de out. de 2010

Como cães e gatos: Marc Antony e Pussyfoot

Uma das duplas mais queridas dos desenhos animados (antigos, da boa safra). Eu nem conhecia o nome da gatinha que, pelas pesquisas que fiz, pode se chamar Pussyfoot, Cleo ou simplesmente Kitty (gatinha) mesmo.
As cenas que a maioria das pessoas gostava era quando a gatinha subia nas costas do buldogue, o Marco Antônio (em versão brasileira), e afofava. Uma graça! Lembro até hoje...
Uma pena que não encontrei, ainda, um DVD só com as historinhas deles.

25 de out. de 2010

Por que as visitas não aparecem quando a casa está arrumadinha?

Deve ser alguma daquelas Leis de Murpy: se quiser que ninguém apareça na sua casa, mantenha tudo limpinho e arrumadinho.
Agora, pode ter certeza de que quando estiver tudo um caos, por limpar, fora do lugar e, principalmente, em vésperas de mudança (caixas de papelão espalhadas pela casa com o conteúdo a mostra) que vai surgir, sempre sem avisar, uma pessoa na porta:

- Oiêêê, tava passando e resolvi fazer uma visita rapidinhaaaa...

É o fim!
Haja vergonha!

23 de out. de 2010

Featherbed por Laura Park

Nestes becos da Internet, que a gente chega procurando uma coisa e acaba achando outra, tão interessante que esquecemos mesmo o que de tão importante procurávamos em primeiro lugar, achei este cantinho. É de uma desenhista e fui olhando, olhando (gosto de cartuns, desenhos, charges...), quando descobri que ela, Laura Park, teve que lidar com a doença e morte de seu gato, Lewis, este ano. Me lavei e enxaguei chorando:


Tem desenhos antigos do Lewis que valem muito a pena olhar.

22 de out. de 2010

Gatos na rede

Não, não, não é sobre gatos na Internet e sim sobre telas de proteção. A primeira providência para quem vai para um apartamento e têm bichos de estimação (vale para crianças pequenas também) é telar as janelas e sacadas. Um texto bem legal sobre isto eu encontrei no site do Movimento dos Protetores Independentes, vejam:
http://mopibichos.sites.uol.com.br/modelosdetela.htm

12 de out. de 2010

Carta aos meus Pés, de Silmara Franco

Caros

Vamos ser sinceros: bonitos vocês não são.
Pés são como irmãos gêmeos. Brotaram juntos, nasceram no mesmo dia e hora. Carregam o estigma da alma idêntica, como aqueles bebês espelhados nos carrinhos duplos: mesmas meias, mesmos sapatos. Como é que vocês poderiam ter desenvolvido suas próprias identidades desse jeito? Logo vocês, que dão nome a tanta coisa. Pé de vento. Pé de moleque. Pé de chinelo. Pé direito. Pé de galinha. Pé de pato. Pé de meia. Toda fruta tem seu pé. Toda serra também. Tem o pé na estrada. E tem o pé na cova.
Por muito tempo eu tive vergonha de vocês. Hoje me envergonho da vergonha. Aprendi a gostar de vocês. Isso não acontece entre as pessoas? Pois então. Às vezes cismamos com fulano, o ignoramos durante anos, décadas, uma vida inteira. Para, num belo dia, constatar que não era bem assim.
Vocês são iguais aos pés de minha mãe. Pés gordos, de dedos pequenos. Exceto o fato de que os dedos dos pés de Dona Angelina, vistos de baixo, pareciam balas de coco. Os seus dedos não se parecem com bala nenhuma.
Seus dedões sempre foram esquisitos, voltados para fora, como plantas buscando o sol. Um vislumbra eternamente a minha esquerda. O outro, minha direita. Dedões paralelos, que jamais se encontrarão no infinito.
A primeira vez que tirei os sapatos na frente de um namorado foi devastador. Na sala, descalcei-me na velocidade da luz, e enfiei vocês dois embaixo da maior almofada que havia no sofá. E lá vocês ficaram, exilados.
Um dia, uma colega de trabalho, que tinha os pés mais feios do mundo, apareceu com uma sandália. Aquilo não eram pés, eram mãos. Os dedos, longuíssimos e finos, pareciam tentáculos. Fui correndo para o banheiro, tirei as botas, arranquei as meias e fiquei olhando para vocês. Tão branquinhos. Amassados pelas meias e pelas botas. Ali decidi: se ela podia, eu também.
Comecei a procurar algo para representar a grande virada em minha vida. Mas que não fosse tão radical. Afinal, meus queridos, eram anos e anos de reclusão. Foi difícil encontrar um modelo que atendesse às exigências. O namorado não compreendia como eu poderia pedir nas lojas um sapato aberto que fosse o mais fechado possível. Resultado: acabava saindo com um abotinado na sacola. Mais um. Para desespero de vocês.
Mas quem diria. Hoje eu gosto, e muito, de vocês. Continuam branquinhos. Capricho no filtro solar, para que continuem assim. Soubesse antes que uma pele branca é incrivelmente mais chique e saudável que uma esturricada, e eu não os teria submetido a tanto sofrimento na distante adolescência. Coca-cola, óleos… tudo pelo bronzeado. Que jamais aconteceu: a genética deixou claro quem manda no pedaço.
É hora de pedir perdão aos dois. Pela monotonia das botinhas, espécie de cativeiro para vocês. Por vocês não saberem, por quase três décadas, o que era um podólogo. Pela falta de carinho e atenção. Pelos bicos finos, anos a fio. E, mesmo depois da nossa reconciliação, pelos saltos imensos em pleno nono mês de gravidez.
Hoje, metidos nas rasteirinhas abertíssimas que surpreenderiam o ex-namorado, ou mesmo nas botas de bico arredondado e quase sem salto que lhes dou de presente, vocês parecem muito mais felizes. Metade dos meus cremes são para vocês. Vocês passeiam descalços, até mais do que deveriam. Aos trinta e nove anos, pintei suas unhas de vermelho – fato inédito e histórico – e vocês vibraram. Vocês padecem, ainda, da maldição dos gêmeos, mas o que se há de fazer.
Nada como nossos olhos (aliás, com esses eu também preciso ter uma conversa) para nos fazer enxergar a beleza de outra forma, dar novo sentido às coisas.
Recentemente, fiz em um de vocês uma tatuagem. Um sol, para que meu caminho seja sempre iluminado. Mas o que deveria representar o senhor dos astros ficou parecido com uma aranha. Os raios viraram as perninhas. O desenho é bonito, mas se visto, no máximo, a trinta centímetros. Como as pessoas geralmente são mais altas que isso, preciso, com frequência, dizer do que se trata. E vocês concordarão comigo: explicar tatuagem é o fim da picada.
É bom ter feito as pazes com vocês, ainda que tardiamente. E notar o quão nobres vocês são, relevando a rejeição e o esquecimento do passado, compreendendo a que ponto chegam as esquisitices femininas.
Nem os pés da Cinderela, com seus sapatinhos de cristal, seriam tão charmosos.

Um beijo em cada um.

10 de out. de 2010

Oração do Samurai

I have no parents: I make the heavens and earth my parents.
I have no home: I make awareness my home.
I have no life or death: I make the tides of breathing my life and death.
I have no divine power: I make honesty my divine power.
I have no means: I make understanding my means.
I have no magic secrets: I make character my magic secret.
I have no body: I make endurance my body.
I have no eyes: I make the flash of lightening my eyes.
I have no limbs: I make promptness my limbs.
I have no ears: I make sensibility my ears.
I have no strategy: I make "un shadowed by thought" my strategy.
I have no designs: I make "seizing the opportunity by the forelock" my designs.
I have no miracles: I make right-action my miracle
I have no principles: I make adaptability to all circumstances my principles.
I have no tactics: I make emptiness and fullness my tactics.
I have no talents: I make ready wit my talent.
I have no friends: I make my mind my friend.
I have no enemy: I make carelessness my enemy.
I have no armor: I make benevolence and righteousness my armor.
I have no castle: I make immovable mind my castle.
I have no sword: I make absence of self my sword.

From an anonymous Samurai of the 14th century (http://users.bestweb.net/~om/yoga/samurai.html)

7 de out. de 2010

Um Pouco de Sossego, Lya Luft

Lya Luft, do livro Pensar é Transgredir (do, materializado, Sítio Curupira)

Nesta trepidante cultura nossa, da agitação e do barulho, gostar de sossego é uma excentricidade.
Sob a pressão do ter de parecer, ter de participar, ter de adquirir, ter de qualquer coisa, assumimos uma infinidade de obrigações. Muitas desnecessárias, outras impossíveis, algumas que não combinam conosco nem nos interessam.
Não há perdão nem anistia para os que ficam de fora da ciranda: os que não se submetem mas questionam, os que pagam o preço de sua relativa autonomia, os que não se deixam escravizar, pelo menos sem alguma resistência.
O normal é ser atualizado, produtivo e bem-informado. É indispensável circular, estar enturmado. Quem não corre com a manada praticamente nem existe, se não se cuidar botam numa jaula: um animal estranho.
Acuados pelo relógio, pelos compromissos, pela opinião alheia, disparamos sem rumo – ou em trilhas determinadas – feito hâmsteres que se alimentam de sua própria agitação.
Ficar sossegado é perigoso: pode parecer doença. Recolher-se em casa ou dentro de si mesmo, ameaça quem leva um susto cada vez que examina sua alma.
Estar sozinho é considerado humilhante, sinal de que não se arrumou ninguém – como se amizade ou amor se “arrumasse” em loja. Com relação a homem pode até ser libertário: enfim só, ninguém pendurado nele controlando, cobrando, chateando. Enfim, livre!
Mulher, não. Se está só, em nossa mente preconceituosa é sempre porque está abandonada: ninguém a quer.
Além do desgosto pela solidão, temos horror à quietude. Logo pensamos em depressão: quem sabe terapia e antidepressivo? Criança que não brinca ou salta nem participa de atividades frenéticas está com algum problema.
O silêncio nos assusta por retumbar no vazio dentro de nós. Quando nada se move nem faz barulho, notamos as frestas pelas quais nos espiam coisas incômodas e mal resolvidas, ou se enxerga outro ângulo de nós mesmos. Nos damos conta de que não somos apenas figurinhas atarantadas correndo entre casa, trabalho e bar, praia ou campo.
Existe em nós, geralmente nem percebido e nada valorizado, algo além desse que paga contas, transa, ganha dinheiro, e come, envelhece, e um dia (mas isso é só para os outros!) vai morrer. Quem é esse que afinal sou eu? Quais seus desejos e medos, seus projetos e sonhos?
No susto que essa idéia provoca, queremos ruído, ruídos. Chegamos em casa e ligamos a televisão antes de largar a bolsa ou pasta. Não é para assistir a um programa: é pela distração.
Silêncio faz pensar, remexe águas paradas, trazendo à tona sabe Deus que desconserto nosso. Com medo de ver quem – ou o que – somos, adia-se o defrontamento com nossa alma sem máscaras.
Mas, se a gente aprende a gostar um pouco de sossego, descobre – em si e no outro – regiões nem imaginadas, questões fascinantes e não necessariamente ruins.
Nunca esqueci a experiência de quando alguém botou a mão no meu ombro de criança e disse:
- Fica quietinha, um momento só, escuta a chuva chegando.
E ela chegou: intensa e lenta, tornando tudo singularmente novo. A quietude pode ser como essa chuva: nela a gente se refaz para voltar mais inteiro ao convívio, às tantas frases, às tarefas, aos amores.
Então, por favor, me dêem isso: um pouco de silêncio bom para que eu escute o vento nas folhas, a chuva nas lajes, e tudo o que fala muito além das palavras de todos os textos e da música de todos os sentimentos.

3 de out. de 2010

Duas Almas, de Alceu Wamosy

Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens cansada,
entra, e, sob este teto encontrarás carinho:
Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho,
vives sozinha sempre, e nunca foste amada...

 A neve anda a branquear, lividamente, a estrada,
e a minha alcova tem a tepidez de um ninho.
Entra, ao menos até que as curvas do caminho
se banhem no esplendor nascente da alvorada.

 E amanhã, quando a luz do sol dourar, radiosa,
essa estrada sem fim, deserta, imensa e nua,
podes partir de novo, ó nômade formosa!
Já não serei tão só, nem irás tão sozinha:

 Há de ficar comigo uma saudade tua...
Hás de levar contigo uma saudade minha...

1 de out. de 2010

Síntese, de Mário Quintana

Dizem que sou tímido. Nada disso! sou é caladão, introspectivo. Não sei porque sujeitam os introvertidos a tratamentos. Só por não poderem ser chatos como os outros? Exatamente por execrar a chatice, a longuidão, é que eu adoro a síntese.


27 de set. de 2010

Hortas e jardins: aproveitamento de espaços I

dá pra fazer de calhas ou bambu...


com garrafas PET e uma moldura (antiga, de demolição, de brique)


uma sapateira, genial!


este já exige algo mais sofisticado, mas talvez dê para improvisar com um armário
de metal antigo (?)


deve dar um trabalhão para regar, mas é belíssimo!