Ok, o título é esquisito, mas é isso mesmo.
Sempre fui daquelas de identificar os matos, as plantas, os chás que nascem selvagens e, se não falha a já pouca memória, escrevi no blog, faz tempo, sobre minha paixão pelo mastruço, especialmente em salada (que minha mãe fazia).
Ultimamente, em minha crise (no bom sentido) da maturidade, voltei a cultivar interesses que sempre amei, mas por conta do turbilhão de ganhar-dinheiro-pra-viver eu deixei de lado.
Um destes interesses são as plantas e plantar. Gosto muito do assunto das PANCs (plantas alimentícias não convencionais), também chamadas de plantas ruderais. Boa parte das plantas que nem reparamos, na beira das estradas, nas calçadas, nas florestas, são comestíveis.
Perto do condomínio vi um pé de bertalha-coração (em inglês: madeira vine, em japonês (transliteração): okawakame ou akazakazura, chinês (transliteração): teng san qi), colhi e vim identificar a espécie com um livro que comprei recentemente sobre o assunto.
Este é o livro: Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no Brasil, de Valdely Ferreira Kinupp e Harri Lorenzi |
O livro é assim, na parte esquerda a identificação botânica, propriedades e alguns usos e, do lado direito, receitas |
Foto minha: estas são as flores, bem cheirosas |
O que me chamou a atenção, quando passei, foram as flores e depois que identifiquei a planta, que era comestível.
Foto minha: folhas com pequeno bulbo aéreo |
Lembrava de passar no mato, em várias caminhadas que fiz na vida, e ver estas "batatinhas" aéreas. Eu pensei só serviam para a reprodução da planta, mas também são comestíveis, após cozimento.
Foto minha: detalhe das folhas, para identificação |
Pelo que pude ver, são Anredera cordifolia (bertalha-coração) e, pelo que diz no livro, são nutracêuticos (possui nutrientes que têm a capacidade comprovada de proporcionar benefícios à saúde). Ó, até aprendi uma palavra nova!
Foto minha: folhas lavadas, aguardando uso (participação especial do rabo da Mel, à direita) |
Lavei bem, provei uma folha minúscula crua (médio, levemente amarga, como diz no livro, e crocante), Acho que vou refogar.
Foto minha: pensei fosse a bertalha-de-cabinho-roxo (Anredera krapovickasii), por causa da cor vermelha, mas analisando bem, não é porque a krapovickasii não produz os bulbos aéreos. |
Não reparem porque não sou botânica. Vou colhendo, lendo, pesquisando e aprendendo.
Foto minha: detalhe da folha |
Depois digo como foi minha experiência.
Quem quiser ler mais, tem um texto interessante em: https://www.ufrgs.br/vies/variedades/gastronomia/pancs-para-alimentar-o-mundo/
Em inglês: https://www.milkwood.net/2014/07/25/madeira-vine-an-ironic-harvest/
...
ATUALIZAÇÃO:
Fiz as folhas refogadas ao alho e óleo (umas gotinhas): aprovado!
A consistência é ótima e, como refoguei em segundos, não perdeu o verde. As folhas tem um pouco de mucilagem (baba), eu não tenho preconceito, adoro quiabo, então não fez nem "cosquinha". Quem não gosta, basta colocar algumas gotas de limão ou vinagre, mas relembrando, é pouca mucilagem mesmo.
Outro dia, vou tentar cozinhar os bulbos.
Realmente, parece bem nutritiva e medicinal, pelo que vi nas minhas pesquisas.
Mais um texto (português) para quem quiser saber mais, é uma entrevista com o autor do livro que comprei: http://www.docelimao.com.br/site/desintoxicante/cultura-organica/1696-valdeley-knupp-plantas-alimenticias-nao-convencionais.html
Em inglês: https://www.milkwood.net/2014/07/25/madeira-vine-an-ironic-harvest/
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ATUALIZAÇÃO:
Fiz as folhas refogadas ao alho e óleo (umas gotinhas): aprovado!
A consistência é ótima e, como refoguei em segundos, não perdeu o verde. As folhas tem um pouco de mucilagem (baba), eu não tenho preconceito, adoro quiabo, então não fez nem "cosquinha". Quem não gosta, basta colocar algumas gotas de limão ou vinagre, mas relembrando, é pouca mucilagem mesmo.
Outro dia, vou tentar cozinhar os bulbos.
Realmente, parece bem nutritiva e medicinal, pelo que vi nas minhas pesquisas.
Mais um texto (português) para quem quiser saber mais, é uma entrevista com o autor do livro que comprei: http://www.docelimao.com.br/site/desintoxicante/cultura-organica/1696-valdeley-knupp-plantas-alimenticias-nao-convencionais.html
Olá Cris
ResponderExcluirMuito interessante sua postagem, também percebi estas
plantas, em pesquisas que fiz e muitas que tenho aqui,
que consideramos mato são medicinais/comestíveis. Adorei seu cantinho.
bjs
http://eueminhasplantinhas.blogspot.com.br/
Oi, Simone! Obrigada pela visita. Adorei teu blog também!
ExcluirPelo que vi, a tal da bertalha é uma trepadeira que se vê em tudo que é canto de mato. Tem muito dela lá na casa da mãe e cresci arrancando ela.
ResponderExcluirAdorei a dica do livro!
How interesting! I've never heard of okawakame before...yep, even in Japanese. So I did a little Google search in Japanese and there it is! It sounds lots of fun to learn and try new edible plants!
ResponderExcluirOlá, Cris! tinha acabado de ler a tua postagem sobre as PANCs e logo vi o teu comentário no mattiva. Nossa Santa Maria está efervescente com a chegada dos universitários, muita festa, pouco estudo.Os políticos locais começando a movimentação via eleições municipais, escolas com as mesmas necessidades de professores, estrutura, etc e tal. tudo isso mas sem deixar de ser a nossa cidade do coração. Hoje uma grande movimentação nas ruas por conta das manifestações populares que cá para nós pretendem trocar 6 por meia dúzia, enfim. Grande abraço, boa permanência na capital!
ResponderExcluirSonia