Acordei, solzinho, e me debandei para a
EcoSOL. Bem agasalhada, já dei minha caminhadinha, fui a pé, claro. Dia bem frio, mas um escândalo de tão bonito.
A Feira Solidária está enorme, adoro feiras e mercados (não supermercados, mercados públicos mesmo), muitas tendinhas, frutas, plantas, cereais, roupas, quitutes, coisas para casa, produtos típicos (indígenas, brasileiros, da América Latina, de quilombos, etc.), uma babel, bem como gosto.
Meus surtos de hipersensibilidade voltaram, não tão fortes ou duradouros, mas tenho lá meus momentos...Estava eu, andando pela feira, e me emocionei vendo aquela gente toda, de vários lugares, com várias histórias, congregados, em uma economia solidária, em paz, colaborando. Eu acredito que é possível e me emocionei. Não emoção metafórica, mas enchi os olhos de lágrimas mesmo. Minhas lágrimas são mais de emoção do que de tristeza. Presencio uma cena bonita e me comovo toda, ando assim. E lá fui eu, copo de quentão na mão (não, não foi por isto que estava hipersensível hehehe) e tentando controlar o choro. Talvez seja coisa de aquariano, mas ver toda aquela mistureba de gente, de cores, de culturas, me toca até o fio do cabelo!
Levei pouco dinheiro, nem me lembrei deste "detalhe" (não se acha nada a cartão), mas ainda bem que levei um talão de cheques com 3 folhinhas. Comprei um
poncho pela bagatela de 90 reais (sim, NOVENTA!), mas fruto de pesquisa, porque em outra barraca queriam 280 (hã?!); uma estatueta de
Bast, dois bolinhos de milho por 1,50 (com um sabor de feito em casa que faziam anos que eu não sentia) e gengibre cristalizado.
Bem, agora a parte ruim, muito ruim, chocante até. Passei numa barraquinha e vi um senhor, com um potes que pareciam aquários e uns potinhos. Com peixes. Pensei, ah, são de plástico, vai ver que é um aquário artificial e que são uns peixinhos pra enfeitar. Isso até eu perceber, HORRORIZADA, que alguns peixes se mexiam e estavam vivos, ou melhor, agonizando naquele potinho. AH, não me fiz de rogada e falei bem, mas bEEEm alto:
que horror, que ignorância, que nojo, como pode??? Tinha um casal olhando e a mulher estava com a mesma expressão de choque que eu. Fui, direto, sem escalas, pra coordenação do evento e falei. A senhora que me atendeu me disse que já tinham reclamado disso, vendendo animais vivos, em condições degradantes, na feira, e que iria falar com a irmã Lourdes Dill (organizadora do evento). Eu confesso, me deu uma péssima impressão naquele ambiente tão legal. A meu ver caracteriza maus tratos. Saí chateada com isso, espero que ano que vem não tenha nada parecido, pois vou no primeiro dia de feira e já vou prevenida (=me preparando pra fazer um manifesto contra isso). Parecia até aquele negócio de peixes vivos em chaveiros que vendem na China!
Uff...voltei, caminhando, passei no shopping perto de casa, almocei (feijão, arroz, aipim e salada...delícia) e voltei pro lar. Aqui, vejo a gataiada toda tomando sol e a benção que é viver.
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Mel, na sua adoração diária ao sol |
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Clara Francesca em sua patrulha pelo apto |
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Benta, fazendo uma "paticura" em cima da lavadora de roupas |
São coisas muito simples, muito prosaicas, as que me fazem feliz. Meu lema é: "felicidade é não ter dor". Meus filhos, não tendo dor, tudo o mais é felicidade, tudo o mais é benção. O sol, a comida, poder se deslocar, interagir com outras pessoas (especialmente, as educadas), tudo!
Vou curtir o meu restinho de domingo com um chimarrão e cultivar a gratidão [e a paciência, e a tolerância e por aí vai, porque só com muita prática mesmo hehehe).