28 de ago. de 2021

Falta de concentração, decisões e perrengues

Minha dificuldade de me concentrar continua, talvez por isto e também dificuldade de escrever nos blogs. Ando reservando as gotinhas para o trabalho, afinal, dali que vem o pão. Ah! E ando me perdendo no tempo. Comecei a procurar agendas...para 2021! Sim, depois que me toquei que ano que vem vai ser 2022.

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Boas coisas é que ando tomando decisões, especialmente quanto ao trabalho. Tomando decisões e colocando em prática é preciso dizer. Sou professora, ou melhor, estou professora. Atuei como intérprete de Libras (língua de sinais brasileira) um bom tempo e foi o que mais gostei de fazer. Gosto de ser professora, mas nem tanto. Na verdade o desânimo dos alunos atualmente deixa a gente meio sem estímulo. Quando aparece alguém interessando me dá energia, mas é um que outro. E exatamente nisso que decidi atuar. Primeiro pensar sobre o que estou fazendo e o que é o que mais me motiva. Atuo em 3 frentes: ensino, pesquisa e extensão. ADORO a pesquisa, aprendi a lidar com a extensão e não detesto ensinar. Coloquei prioridades. 

Quanto ao meu relacionamento com os alunos, sempre fui aquele tipo de professora que vai atrás, que mandava mensagens de incentivo etc. Penso que eu não estava deixando os alunos lidarem com a vida adulta, a vida em que a gente tem que correr atrás, se desacomodar, procurar. Agora, dou as diretivas e me coloco à disposição, como sempre estive. Quem quiser e me procurar, eu atendo com toda a atenção. Quem não quiser...bem vindos às consequências da vida adulta.

Pode parecer meio frio e até cruel, mas faz parte do crescimento de todos os seres. Aprender a ser sozinho, a fazer por si. Desmamar. Engatinhar, andar, cair, andar e cair de novo. Uma criança carregada no colo durante toda a vida não vai aprender a andar. Além disso, passei a me dar mais valor e importância. Ainda mais quando vi que as instituições, no máximo, estão se importando com a saúde mental de alunos, não com professores.

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E, para coroar, fiquei doente*, fiz duas cirurgias e nada mais gritante do que um abalo na saúde para a gente se voltar a si mesmo, se cuidar, colocar tudo em perspectiva. Filosofia de emergência de avião: coloque sua máscara, respire normalmente (se puder, naquela situação) e, só então, poderá ajudar aos outros. O que a gente faz na vida? Sai colocando máscaras para todo mundo respirar, enquanto nós estamos sem ar, descomprimindo. PAREI!

O que eu quero? O que me move? O que me dá ganas? Os sonhos antigos ainda estão valendo ou tenho que desapegar até deles e sonhar novos sonhos? O que quero fazer com a vida que tenho?

Sempre tive momentos seguidos de mudança. Este está sendo bem interessante.

E vocês, o que anda mudando em vocês nestes tempos tão surreais?

* Estou bem, me recuperando, foi tudo nos conformes.

3 comentários:

  1. Cris, bem reflexivo teu post. Temos fases e inquietações e a pandemia nos fez mais vulneráveis. Mas pior é quando aparecem complicações. cirurgias. Ainda bem estás bem, te recuperando e firme na paçoca. Vai assim, segue em frente e tudo vai passar! Na torcida! beijos, chica

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  2. Oi Cris,

    Que bom que conseguiu vir aqui escrever um pouco!

    Entendo perfeitamente sua dificuldade de concentração. Isso tem sido recorrente por aqui também. Acredito que as preocupações com a situação atual do país colabora muito com esse aspecto.

    Ser professora é um desafio constante! Lidar com a diversidade de alunos, entender que nem todos os alunos estão realmente interessados em aprender de fato oque está sendo colocado à sua frente. Vejo isso nessa segunda graduação que estou fazendo. Tem alguns alunos (que são colegas de curso) que só estão fazendo para pegar o certificado no final, pouco importa o que estão aprendendo ou não. Enfim, lidar com pessoas tem suas questões.

    Desejo que reestabeleça sua saúde e que se sinta bem para realizar suas tarefas. Não dá para deixar a saúde esperando para ser olhada depois.

    Nesses tempos venho tentando mudar alguns aspectos, mas não é tão fácil... Minha autoestima ficou muito abalada depois que fui demitida. Sei que os motivos para minha demissão não foram por incompetência da minha parte, já estava nessa instituição há 10 anos e meu trabalho era valorizado lá dentro. Mas me senti muito mal em ter sido impossibilitada de continuar trabalhando, mexeu com minha autoestima demais.

    Tem outros aspectos que venho lidando no decorrer desses tempos de pandemia, cada dia é um novo olhar sobre velhos problemas.

    Um abraço e me desculpe pelo textão!

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