31 de jan. de 2016

Para desopilar, em um fim de semana pós apocalíptico em PoA

Depois do, jamais visto, temporal da noite de sexta-feira:

e um sábado e domingo sem energia elétrica e água, para muitos, nada como se distrair um pouco (se tiver luz ou bateria), com todos os vídeos do Simon's Cat:



Aqui, todos bem, "só" voou uma cobertura de garagem, mas não atingiu ninguém, só fez barulho.

23 de jan. de 2016

1 ano

Hoje faz 1 ano que moro aqui, de volta à Porto Alegre. 
Foi um ano bom, estranho, cheio de reviravoltas, mas se transformou em um tempo de tranquilidade.
Pensei que ia morar e trabalhar aqui, na boa. O trabalho não deu certo. Encontrei um ambiente nada bom, de muita falta de diálogo, de nenhuma negociação, de falta de consideração ao que a gente construiu na carreira. Não aguentei! Tentei o que pude, mas estava ficando doente a cada quinze dias. Achei que não valia a pena trocar a minha saúde por salário. Voltei a trabalhar em bicos aqui e ali com interpretação de língua de sinais e tenho vivido, muito bem, por sinal.

Jogaram uma pedra na tranquilidade do lago. O lago comeu-a. Sorriu ondulações. Voltou a ficar tranquilo.

Já, em termos de moradia, estou em um condomínio simples, popular, limpo, todo cercado por mata (principalmente eucalipto e um pouco de mata nativa), com bastante pássaros, com algumas crianças gritantes (nada é perfeito), mas a gritaria acaba às 21h. Fazia muito tempo que eu não me sentia tão segura e com tanta tranquilidade para dormir (silêncio), além de ter meus amigos e parentes por perto. A única coisa que, inevitavelmente, escapa a nossa escolha são os vizinhos.

Evitai vizinhos, se quereis viver em paz com eles.

Este ano precedeu os meus, logo, cinquenta anos e o significado que dei a esta época de paz é de um descanso, uma parada, um fôlego antes de começar nova etapa de vida.
Então, que a transição comece, devagar, porque está tão bom como está (mas tudo é impermanente, né?).

9 de jan. de 2016

Um gato que cai

Eis uma história complicada de contar, mas lá vou eu: sábado, dia de faxina, estou eu limpando o banheiro das gatas e ouço um miado. Mas miado, daqueles do fundo da garganta. Pensei que podia ter ouvido errado, porque alguns choros de crianças parecem miados e vice-versa. Imaginei que podia ser um gato no corredor de algum dos prédios porque o barulho ecoava. Tentei ignorar, sabem como é,  dali a pouco estaria com mais um resgatado e não tenho espaço para isto...nem dinheiro, atualmente.
De repente escuto a voz de uma das crianças que brincam na pracinha:"...bombeiros...vai cair..." assim mesmo, palavras soltas. Olhei na janela e umas, quase, dez meninas estavam lá embaixo olhando para o alto do prédio ao lado.
Nem sei como a gente raciocina nestes momentos, tudo é muito rápido, peguei um edredom e uma casinha das gatas, coloquei a primeira roupa que vi e desci.
TINHA UM GATO, NA BEIRADA DE UMA JANELA BASCULANTE DO QUARTO PISO, MIANDO DESESPERADAMENTE!
Olhem o detalhe: a janela tem rede de proteção, mas, pelo que pude perceber, com ganchos muito separados e bem solta, bem frouxa.
As meninas só gritavam, aliás, o maior barulho da pracinha são estas quase pré-adolescentes e seus gritos, mas todas preocupadas com o gato. Tinha mais umas 3 vizinhas que, na emoção do momento, mal sei quem são. Nos engajamos em ação conjunta para salvar o gato. Vizinhos foram no zelador que nada fez ("plasta"), outros chamaram os bombeiros pelo telefone e nós, lá embaixo, estendemos o edredom. Se o gato caísse, ao menos as chances de se machucar diminuiriam. Onde ele estava tinha, no andar térreo, uma cerca de ferro e forramos onde tem umas pontas, pelo menos empalado ele não seria. Meu medo é que ele quebrasse alguma coisa se caísse, pensava em gatinhos que já vi, de maxilar quebrado (não sei bem porque, mas pensava no maxilar...).
Verificamos todas as possibilidades: alguém bateu na campainha? Sim, ninguém respondia, tinham saído. Foram realmente falar com zelador? Sim, mas o paspalho não entendeu a gravidade da situação. Chamaram os bombeiros? Sim, mas na escassez de efetivo de agentes da lei que estamos, xi, ia demorar muito tempo até que eles chegassem, se chegassem.
Eram gurias gritando de um lado, outras pularam a cerca para pegar na outra ponta do edredom (eu segurava um lado), uma vizinha trouxe mais um edredom para colocar nas pontas de ferro, tinha uma menina gordinha (olha eu, falando sobre meu próprio povo) dizendo "pula gatinho, pula", enfim, parecia um filme italiano ou a vila do Chaves: zona!
O gato, lindo, mas no extremos de suas forças, com "meio metro" de língua de fora, arfava de estresse. E miava. Sair ele soube, mas não conseguia entrar pela rede e pela basculante. E pior, de vez em quando arriscava um malabarismo na tentativa, desesperada, de entrar. E escorregava uma pata,  gritos das meninas e eu dizendo para não gritarem que assustavam mais ainda o bichano. 
Eu só rezava para ele cansar e ficar na beirada, quieto, até o socorro chegar (de novo: se chegasse). Em uma destas viradas, o coitado de tão esgotado, fez xixi, imaginem nós lá embaixo, sem comentários...
Uma das vizinhas disse que ele estava mais em uma ponta, menos protegida por um dos edredons e estendemos o outro para proteger aquele canto. Olha, foi uma questão de menos de um minuto e o gato se mexe, fica pendurado e CAI, daquele mesmo canto.
Caiu e foi amortecido, quicou no edredom, quase peguei e ele saiu como uma bala para dentro do edifício e subiu as escadas.

Clara Francesca: eu sei que tem alguma coisa no banheiro...ouço barulhos! Eu sei que tem, eu sei!
Infelizmente, as meninas saíram gritando atrás e eu tentando fazê-las serem menos...histéricas porque sei o quanto isto é apavorante para o gato. Queria ter certeza de que ele não se machucara. Ele estava encostado na porta do apartamento, arfando. Tentou se defender, mas estava tão cansado que consegui colocá-lo na caixa de transporte. Falei com o vizinho de porta, que nos informou que os moradores do apartamento do gato voador não estavam, no momento, em casa. Disse que eu iria ficar com ele e que fossem lá em casa quando chegassem.
Dali por diante, fui acompanhado de um séquito de meninas, coloquei o gato no banheiro, deixei água e fechei a porta.

Toda a tropa em alerta
As gurias "vistoriaram" minha casa ("olha, quanta coisa de gato!", "a senhora é veterinária?", "minha vó tem um periquito" etc.), apertaram o que puderam a Mel e a Benta (Clara detesta estranhos, foge) e foram embora.
Tempos depois, batem na campainha, mais umas meninas para "visitarem" o gatinho, eu disse que ele estava bem, mas que não iria ficar abrindo a porta do banheiro, que ele precisava descansar.
Na terceira visita, acabei com a festa, estava em plena limpeza e o gato precisava era de paz e silêncio.

Nem o edredom no qual o gato caiu se livrou de uma boa revista
Deixei o gato, mais ou menos, 1h30 no banheiro. Depois que eu já não ouvia o barulho dele arfando, abri a porta, abri a caixa de transporte e um ser super doce se mostrou. Já calmo, olhos azuis, cinza claro com branco, sem demonstrar medo e com passos lentos, deu uma explorada no banheiro. Troquei a água, dei um punhado de ração (comeu) e escovei (ele adorou, até ronronou). Depois deitou em um dos tapetes do banheiro, se esticou e relaxou. Saí, ele não fez barulho e, por milagre, as gatas não forçaram a porta, só ficaram espiando, por baixo.
Demorou bastante, mas o dono, um rapaz bem jovem, surgiu, agradeceu milhões e levou o Sheik ou Shake. Quando entramos no banheiro o gato estava DENTRO da caixa de transporte, descansando. Não queria muito sair e eu ofereci, várias vezes para que levasse a caixinha de transporte e me devolvesse depois. O tutor achou que poderia levar no colo, que não precisava e, realmente, o gato é bem manso, mas não contavam com a horda de meninas gritantes em volta ("ai, que amor o gatinho, deixa eu ver, AHHHH"), no corredor. Pois o Sheik ou Shake, diante do histerismo de sua plateia, foi para o chão e...queria voltar ao meu apartamento (momento de ternura da Cris...óóóó). Fiquei observando a ida dele para a casa e o tutor é bem paciente, colocava no chão quando o gato se apavorava das crianças, não espremia, dava um tempo e colocava de novo no colo.
Dei uns conselhos sobre as telas de proteção, para usar ganchos mais próximos e esticar a rede mais firme.
UFA! E dizem que dia de faxina é chato!


4 de jan. de 2016

"A galinha dos bosques"

Faz poucos anos que comecei a provar cogumelos comestíveis. Gostei bastante do Shitake e tenho grande curiosidade em provar o Laetiporus sulphureus (galinha dos bosques,  prateleira de enxofre, cogumelo de frango) que, dizem, lembra carne de frango e é nativo da América do Norte.
Neste ano em que pretendo me aprofundar em uma alimentação mais compassiva, seria interessante provar este "frango do mato".

https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/12/Laetiporus_sulphureus_(Chicken_of_the_woods)_on_an_oak_tree_-_20070921.jpg


Para quem lê em inglês: http://www.mushroomexpert.com/laetiporus_sulphureus.html

3 de jan. de 2016

Gente como a gente

Amizade é algo muito importante para mim, sempre foi. Umas épocas mais, outras menos, mas sempre foi um dos pontos de apoio na minha vida. Não é de estranhar, portanto, que eu tenha amizades de décadas. 
Também não sou do tipo que chama conhecidos de amigos, para mim, para ser amigo não é qualquer um que mostre os dentes e dê tapinhas nas costas.
No segundo grau (hoje chamado ensino médio) eu tinha uma turminha em que éramos quatro amigas, sempre unidas. Uma a gente, praticamente, perdeu contato. Tentei puxar conversa, quando eu tinha Facebook, mas a pessoa acho que não quer muita aproximação. Outra, apesar de morarmos em estados diferentes, já conversamos por e-mail e, um dia, pretendo reencontrar ao vivo. E a Akemi mantínhamos contato em Porto Alegre, quando ela foi para o Japão e agora em que, também mora em outro estado, mas fazia bastante tempo que a gente não se encontrava pessoalmente. Hoje conseguimos.
Encontrei com ela e com a família dela e sabe aquelas pessoas com as quais a gente se sente à vontade, bem e que é gente como a gente? Pois é, foi assim. A Akemi e a família dela são como eu e minha família, a gente se aproxima, mas não força, conversa e respeita os silêncios, acolhe e nos faz sentir de casa.
Enfim, foi um almoço e tarde super agradáveis, com gente super do bem. São estas amizades que eu guardo bem guardadas no meu coração.

35 anos de amizade não são para qualquer um!

1 de jan. de 2016

Primeiras "artes" do ano

Então, decido me disciplinar, sentar e meditar e...

Alguém se convida...

Atrapalho?
...
Ontem fiz uma mudança, na casa, que estava há tempos maquinando: mudar um armário da cozinha para a sala. Tirei tudo, limpei, passei pano com citronela e, com muita calma, inclinei o móvel (que é mais alto do que a porta), apoiei no ombro e puxei para a sala. Coloco no lugar, vejo se está estável e arrumo tudo de novo nas prateleiras. Sucesso! Quando, de repente, não mais do que de repente: invasão das felinas! Pensei, pensei e coloquei umas latas em cima para elas não subirem.
Resultado:
Aham, adiantou muito

Esta gata é de circo!!!

Benta: putz! Não tinha pensado nisso: e agora, para voltar para o chão?